terça-feira, 6 de setembro de 2011

Fique atento


Quem passa em frente à casa de Simon Dale pode ter a impressão de estar em um cenário de filme épico ou começar a crer que seus novos vizinhos são hobbits – aqueles homenzinhos valentes de pés e orelhas grandes ao estilo O Senhor dos Anéis. Entretanto, trata-se apenas da residência ecologicamente correta de uma família comum no País de Gales.

Toda projetada e construída pelo próprio Simon com a ajuda de seu sogro, a moradia foi pensada com o intuito de amenizar os impactos da construção civil. “Mudamos para a casa quatro meses depois que comecei a construí-la, e tudo foi pensado para ser feito em benefício do meio ambiente” conta. “Além disso, é uma oportunidade única de viver bem próximo à natureza, coisa que amamos.”

Todos os materiais usados na empreitada são naturais ou têm a menor quantidade de elementos considerados nocivos ao já desgastado planeta. “É muito bom ser seu próprio arquiteto. Criar com liberdade não tem preço”, considera. Mais parecida com uma caverna adaptada à vida humana, a casa possui diversos compromissos com o meio ambiente, listados pelo próprio Simon. A estrutura foi escavada em uma ladeira segura, espécie de abrigo que evita poluição visual.

Além disso, seus muros e paredes foram feitos com pedras e lama provenientes da própria escavação. Um revestimento de palha isola as paredes, o chão e o telhado e garante temperatura amena tanto no frio como no calor. O cimento foi substituído pela cal, que é um material mais barato. Todos os ambientes são adaptados para a entrada da luz natural, e paineis solares garantem a energia que abastece a residência. A água é coletada de uma fonte natural no jardim e os banheiros contam com sistema de compostagem.

O projeto, liberado pelas autoridades galesas, está em expansão desde 2009, quando a família iniciou outras pequenas obras que fazem parte do projeto chamado Lammas – a primeira ecovila da Grã-Bretanha. Simon, que não é arquiteto, nem carpinteiro, considera que “para saber como maltratar o meio-ambiente da maneira menos dolorosa possível basta ser uma pessoa informada. É um tipo de construção acessível a todos.”

E dá o recado: “vivemos em uma sociedade muito dependente das fontes de energia de combustíveis fósseis e isso não é bom. Uma hora os suprimentos vão acabar. É hora da mudança.”


Postada pela colaboradora:Rubia Formentini

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