quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pousada No Fim Do Rio - Nora Roberts

"Olivia MacBride e os seus pais eram a típica família de sonho de Hollywood, não lhes faltando fama, fortuna e amor. Até à noite em que Olivia, de quatro anos, acorda e encontra a mãe brutalmente assassinada aos pés do pai. Nesse momento, a vida de Olivia mudará para sempre.

Acolhida pelos avós num recanto resguardado pela Natureza, Olivia aprende a enterrar bem fundo o passado. Determinada a proteger-se de memórias dolorosas, cresce limitando a sua vida às florestas verdejantes e à Pousada do Fim do Rio. Mas quando aparece Noah Brady, a jovem terá de se esforçar muito para resistir à atracção que sente por ele.

Infelizmente, o futuro é caprichoso e Noah trai a confiança de Olivia. Apesar de ele nunca desistir de a ajudar a lidar com os traumas do passado, poderá a jovem voltar a confiar em Noah? Mais: o pai de Olivia é liberto da prisão e parece que há segredos terríveis a descobrir sobre aquela fatídica noite."

É impossível vocês alguma vez me ouvirem dizer que não gostei de um livro de Nora Roberts. Existe sempre a possibilidade de eu gostar mais ou menos de um ou de outro, mas será para mim sempre uma das melhores autoras no mercado. Já houve quem me dissesse que este tinha sido o livro que menos tinha gostado. Mas eu não vou por aí. Houveram outros que gostei menos. Mas e voltando à Pousada, acho que pecou pela falta de originalidade e de suspense, não?

Eu estava a ler o livro e só via na minha cabeça o Recife, e para aqueles que vão seguindo o blogue, sabem que na altura também o tinha achado muito parecido ao Jogo de Mãos. Por isso, consigo ver aqui uma linha repetitiva, nomeadamente a história do casal protagonista. Senão vejamos: conhecem-se em miúdos (no Recife esta parte não acontece), apaixonam-se em jovens, são traídos em jovens, reencontram-se em adultos, é tudo perdoado e depois de muita hesitação vivem felizes para sempre.

Ok, pronto há pormenores num e noutro livro que mudam, mas o essencial está lá. E depois, digamos que não houve muito mistério quanto ao verdadeiro criminoso. Não estando expressamente anunciado, acho que estava bonito de se ver quem e onde a história levaria. Eu confesso, muitas vezes vou ler o final, mas eu sou uma pessoa das matemáticas: sei o ponto A e o ponto B, gosto de descobrir a linha que as une (quanto mais contorcida, melhor). Mas só o faço quando começo a desconfiar. E foi o que aconteceu neste caso. Personagens demasiado certinhas, e ao mesmo tempo com muitos lapsos na personalidade e na sua vida, levam sempre a desconfianças. Portanto, quando tive a certeza da identidade do verdadeiro assassino, não fiquei surpreendida.

Acho que quando se lêem muitos livros, às tantas, se não forem bem escritos, eles começam a parecer todos iguais, certo? Acho que é por aí que pego para enunciar os pontos fracos deste livro. Agora uma coisa é certa, se nunca experimentaste a autora, este poderá ser um bom livro por onde começar. Não tens a cabeça pré-influenciada por antigas leituras. Tenho quase a certeza que se não conhecesse os outros livros, teria aproveitado este muito melhor.

Ainda assim, é um livro muito rico de personagens e em termos de cenário. Quanto a isto nunca poderá haver desilusão. Muitas personagens diferentes e coloridas. Um cenário misterioso, oposto do cenário secundário hollywoodesco que nos é dado a conhecer nas primeiras páginas. Vivendo eu perto de uma mata, que não é floresta e está muito longe da mostra de animais e outros espécimes falados no livro, ainda assim, reconheço que seria um lugar onde me daria bem.

Não posso falar de todas as personagens do livro, são demasiadas, mas não queria deixar passar os avós de Olivia e os pais de Noah despercebidos. A própria personagem da mãe de Olivia, que morre nas primeiras páginas, ou melhor já está morta quando abrimos o livro, tem um grande peso e influência ao longo do livro - uma presença indiscutível. A investigação da sua morte dá-nos a conhecer esta mulher internacionalmente conhecida, mas ao mesmo tempo, simples.

Noah é a personagem que vira e revira, lol. Não que as suas intenções sejam más, mas não sabe como fazê-las. E acaba por magoar uma das pessoas de quem mais virá a gostar. Homens destes existem por aí, aos pontapés. De boas intenções está o inferno cheio. Bem, mas é a verdade, e não podemos simplesmente não gostar de Noah. Só precisou de um pouco mais de tempo para crescer, para amadurecer. Se não pelo resto, pelo menos temos de o adorar pela sua persistência, paciência e instinto protector, não? Eu pelo menos sim.

Olivia, uma menina marcada muito cedo pela tragédia, refugia-se do mundo e dos olhares indiscretos, mas não consegue proteger o coração de Noah. Depois de se sentir ameaçada pelo pai, de se sentir traída por alguém de quem gosta muito, não resta muito para aquecer o seu coração no que toca ao amor. O único que está disposta a dispender é para a família que conhece e o sonho que persegue. Uma personagem complexa que mistura inocência e coragem. Vocês vão gostar. Ah sim, também é um pouco teimosa e obstinada que faz a vida de Noah num pequeno inferno, mas se as coisas fossem fáceis, não tinha piada.

AO LER O LIVRO FAÇA SUA ANÁLISE...BOA LEITURA!

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