quarta-feira, 27 de julho de 2011

A BIBLIOTECA DO NOSSO SÉCULO

A piada do quadrinho está na contraposição entre o modelo antigo de biblioteca — baseado em livros e outras coleções em papel — e os conteúdos online, que certamente são muito mais atuais e relevantes para o garotinho. Mas essa piada pode já não estar tão atualizada assim: a biblioteca do século XXI está mais e mais voltada para a Internet, a ponto de destinar parte de seus recursos à aquisição de materiais pouco convencionais gerados na Web e só existentes nela.
Um grande exemplo disso é a Biblioteca do Congresso (Library of Congress, nos EUA), que não muito tempo atrás tornou-se o arquivo oficial de todas as postagens publicadas no microblog Twitter (leia a matéria aqui). Motivo para uma aquisição tão pouco comum para uma biblioteca? As mensagens do Twitter podem ser consideradas “um arquivo digital que tem um potencial extraordinário para pesquisa no nosso modo de vida contemporâneo”, segundo o bibliotecário James Billington.
Seguindo a mesma tendência de se antecipar às demandas dos futuros pesquisadores do século XXI, a Biblioteca Britânica (British Library) comprou cerca de 40 mil e-mails de autoria do poeta Wendy Cope (leia a matéria aqui), escritos entre 2004 até o momento presente. Essa imensa coleção de e-mails forma um arquivo interessante para biógrafos, historiadores e pesquisadores de crítica genética, estudiosos que dependem de fontes originais para suas pesquisas — fontes que, no nosso século, tendem a ser produzidas somente em meio eletrônico.
Isso significa o fim da biblioteca como conhecemos, com seus tradicionais livros e extraordinárias coleções em papel? Certamente não. Mas as fontes de informação no mundo contemporâneo estão mudando, e com elas as demandas de pesquisa. Nada mais natural que a biblioteca acompanhe essas mudanças e se firme como uma provedora de informação tão essencial quanto a World Wide Web, não é mesmo?





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